quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Shantala, o Toque que traz vida


“Sim! O bebê tem necessidade do leite.
Mas muito mais de serem amados e receberem carinho.”
(Leboyer)


Existem muitas técnicas de massagem para os adultos, já para os bebês e crianças há uma técnica de massagem indiana milenar, tão antiga que não se sabe precisar sua origem. É muito comum na Índia encontrar nas ruas e praças públicas mães massageando seus bebês, num hábito cotidiano de cuidado e carinho. E foi assim, ao acaso que a massagem foi descoberta pelo médico ginecologista e obstetra francês, Dr. Frédérick Leboyer. Numa de suas viagens à Índia, ele avistou uma jovem mãe massageando o seu bebê numa rua de Calcutá. Encantado com a cena de expressão e carinho pediu que a mãe se deixasse ser fotografada. Na década de 70 o livro foi publicado no ocidente e a massagem que até então não tinha nome, recebeu o nome de Shantala, esse era o nome da jovem mãe.

Desde esse encontro casual, Shantala vem se tornando cada vez mais popular, por proporcionar relaxamento, bem estar ao bebê e momentos de intimidade em família.

A massagem consiste em movimentos lentos e harmoniosos, suaves compressões e alongamentos passivos por todo o corpo do bebê, tais como: peito, braços, mãos, barriga, pernas, pés, costas e rosto.

Mais do que uma simples técnica de massagem, Shantala é uma forma dos pais transmitirem amor através das mãos, do toque para os bebês, estreitando o vínculo afetivo. O toque é a primeira forma de comunicação do bebê e abrir-se para essa forma de comunicação é estabelecer um canal de comunicação na linguagem que o bebê entende.

O toque remete a lembranças corporais intra-útero, o tato esse órgão do sentido começa a se desenvolver na 16.a semana gestacional e é muito vivenciado pelo bebê, pois é tocado pelas estruturas do útero da mãe e nas carícias que a mãe faz na barriga. Ao ser tocado após o nascimento, o bebê se lembra daquela sensação de segurança e sente-se protegido. Portanto, massagear o bebê assegura continuidade na relação íntima vivida intra-útero.

Shantala além de fortalecer o vínculo afetivo, é muito procurada pelas mães por promover melhor qualidade do sono, melhor funcionamento gastrointestinal, minimizando cólicas, gases e prisão de ventre, estimula resistência imunológica, reduz estresse, amplia respiração, auxilia no desenvolvimento sensório-motor, favorece o ganho de peso, crescimento físico e favorece a formação da imagem corporal do bebê.

A massagem é realizada com o bebê desnudo, sobre as pernas estendidas da mãe, sentada no chão, mas não em contato direto com o solo. A coluna deve estar ereta e os ombros relaxados, se necessário use almofadas para apoiar a região lombar. Também é indicado retirar anéis e pulseiras. O local deve estar tranqüilo, aquecido e acolhedor, a música é opcional. Usa-se óleo de origem vegetal para facilitar o deslizamento das mãos. A aplicação dura de 15 a 30 minutos, dependendo da idade do bebê e aceitação ao toque. A partir de um mês de vida os bebês já podem receber Shantala, respeitando-se apenas a cicatrização umbilical e a descamação da pele. Não há restrições em iniciar Shantala com crianças mais velhas, necessitará apenas de adaptações quanto à postura da massagem.

Permita-se encontrar esses momentos diários de contato com o bebê, alimentando-o através do toque, onde as palavras não alcançam.

Denise Gurgel Barboza
Fisioterapeuta
CREFITO 34310-F
Curso Shantala: www.cursoshantala.com.br

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